Saber interpretar um mapa de eficiência volumétrica é um dos conceitos básicos para conseguir fazer um acerto de qualidade. Antes de nos aprofundar nas regiões é importante entendermos mais sobre Eficiência Volumétrica.
O QUE É EFICIÊNCIA VOLUMÉTRICA?
Começando do começo, eficiência volumétrica é um valor em porcentagem, uma taxa, da quantidade de ar que o motor consegue admitir. Assim, por exemplo, se estamos falando de um motor de 4 cilindros de 2 litros, cada cilindro possui 500 mL de volume disponível dentro do cilindro, considerando que ele está no ponto mais baixo (PMI = ponto máximo inferior). Se você conseguir ocupar todo esse volume com ar, você vai ter 100% de eficiência volumétrica.
Para entrar no motor, o ar passa por um longo caminho com diversas restrições (borboleta, válvulas, etc) e, somado a inércia e densidade do ar, fazem com que não haja 100% da eficiência volumétrica. É justamente essa eficiência que precisamos mapear para achar a quantidade de combustível necessária em cada situação.
É possível aumentar a eficiência volumétrica do motor através do uso de turbocompressores ou supercharges, conseguindo colocar mais ar dentro do motor. Para carros aspirados, é possível fazer uma combinação de coletor de admissão, comando de válvulas e coletor de escape para criar ressonâncias e conseguir ter mais ar dentro do cilindro. Mas este é um outro assunto pra outro texto.
O MAPA DE EFICIÊNCIA VOLUMÉTRICA
Em geral, esses mapas possuem como eixo X a rotação do motor e, no eixo Y, o sensor de carga. Cada ponto (encontro de x com y) desse mapa vai indicar a quantidade de ar que o motor está admitindo. Os números contidos nesses pontos são adimensionais. Assim, através dessa mapa é possível compreender o funcionamento do motor que você está acertando e, com isso identificar algumas regiões do mapa devido ao valor de carga e rotação.
Vale ressaltar que essas regiões também se aplicam ao mapa 3D de injeção por milissegundo. Um detalhe importante que vale lembrar é que na Fueltech os eixos x e y estão invertidos, em relação a imagem, então prestem atenção nisso.
A diferença entre os dois métodos de cálculo é que no mapa de eficiência volumétrica, quem determina a quantidade de combustível injetado em cada situação é a própria injeção, através de cálculos realizados com base na lei dos gases para encontrar o valor correto de injeção ajustado a densidade do ar atual. Enquanto no mapa de milissegundo, você determina a quantidade de combustível através do tempo de abertura dos injetores.
Mas esse não é o assunto de hoje. O ponto é que conhecer a importância de cada região do mapa, os momentos em que cada uma acontece, é fundamental para ter um carro com comportamento de um carro original.
Abaixo temos o mapa de eficiência volumétrica em 3D da Megasquirt com as seguintes regiões:
Região 01: Marcha Lenta
Varia um pouco de motor a motor. Você precisa mapear cada situação de carga do motor quando está em marcha lenta (ventoinha ligada ou não, faróis ligados ou não, etc).
Região 02: Entrada e Saída de Marcha Lenta
Pode parecer que a lenta esteja bem acertada, até sair com o carro. Não ajustar essa zona de transição do mapa de eficiência volumétrica pode fazer o motor morrer quando parar em um farol.
Região 03: Zona de saída de inercia
Essa fase de funcionamento que deixa suave a saída de farol ou uma subida de rampa.
Região 04: Entrada e saída de cutoff
É uma região do mapa de eficiência volumétrica que poucas pessoas dão atenção, porém quando voltamos a acelerar após o cutoff, essa é a primeira parte do mapa que volta em ação. Ajustar essa faixa fará a saído do cutoff ser bem lisa e sem trancos.
Região 05: Zona de cruzeiro (baixa carga)
Acertamos essa parte do mapa de eficiência volumétrica para ter o máximo de economia para quando estamos em velocidade constantes (seja na estrada ou em avenidas). Buscar lambda 1 ou até valores mais altos é o ideal (claro, até onde o motor permitir).
Região 06: Zona de cruzeiro rápido
Essa faixa do mapa de eficiência volumétrica é muito importante quando se está em uma estrada e se prepara para uma ultrapassagem baixando marchas. Também é importante em carros de circuito para contorno de curvas.
Região 07: Cargas médias
É uma zona de transição entre o cruzeiro e o carga alta. Cuidado para não deixar muito pobre e perder torque importante para retomadas. Ou deixar muito rico e gastar muito combustível. É uma faixa muito usada na cidade quando se troca de marchas, por exemplo.
Região 08: Faixa de baixas RPM e pressão alta no coletor
Não é muito usada. São poucos os setups que permitem a pressão de turbo acontecer nessa faixa.
Região 09: Cargas altas (WOT)
Aqui todo mundo sabe! Lambda seguro para altas potências e pé em baixo!
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